quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O medo tem que ser aceito



Você diz que gostaria de confiar em si mesmo, e diz que gostaria de abandonar o medo. Você diz que gostaria de se mover para relacionamentos com as pessoas - mas tudo isto é contraditório. Se você realmente quer confiar em si mesmo, tem que confiar no seu medo também.

Se você diz, "Tenho que abandonar este medo," começou a desconfiar de si mesmo. O medo está vindo do seu próprio ser; não está vindo de nenhum lugar do lado fora. É o seu medo... é você.

Por um lado, você diz, "Gostaria de confiar em mim mesmo" - e imediatamente você diz, "Gostaria de abandonar o medo" - você começou a desconfiar. O medo também tem que ser aceito. Está lá - o que você pode fazer?

Quando as pessoas dizem que querem confiar em si mesmas, elas querem confiar apenas em coisas boas - amor, oração, silêncio. Mas quando chega no oposto a isto, elas não querem confiar em si mesmas; elas começam a lutar.

Se existe amor, tem haver uma parte de ódio. Se você confia em si mesmo, tem que confiar em ambos, amor e ódio. Você confia no amor-ódio porque ambos são seus. Você não faz uma divisão. Você não diz, "Eu não quero este ódio de jeito nenhum. Eu simplesmente quero ser doce e amoroso" - então, você já começou um conflito. Sempre que existe inteligência, existe medo.

Somente as pessoas estúpidas não têm medo. Então, se você quiser abandonar o medo, a única maneira é se tornar muito, muito estúpido. A única maneira é se tornar tão burro, tão insensível... como uma pedra.

A flor tem que ter medo. Ela é frágil, é vulnerável. Neste momento, ela está lá, no próximo momento pode não estar. A consciência humana é o florescer mais sutil nesta existência, então o medo tem que estar presente. Nada está errado nisto; é natural.

No momento em que você diz, "Eu não quero o medo", você ficou com medo do próprio medo. Agora se tornou um medo sutil. Você pode continuar com um jogo de esconde-esconde.

Aceitação significa aceitação do total. A confiança significa confiança no total - do bom e do ruim. O pecador e o santo em você, ambos têm que merecer confiança. Se escolher o santo e quiser abandonar o pecador, você não confia em si mesmo.

Osho, em Osho.com

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